Hoje foi dia de mais um treino cheio de novas experiências. Há dias vinha acompanhando pelo Whatsapp o pessoal do BH Trail Run organizando um treinão em Macacos, por uma trilha conhecida como “Perdidas”, e, considerando a experiência passada que tive com o grupo, esperava que seria uma ótima oportunidade de ir para a trilha me divertir. Cheguei a tentar participar de um grupo menor que ontem percorreu o trajeto validando a marcação do percurso e se preparando para apoiar os corredores de hoje. Mas com os 40km que tinha como tarefa, infelizmente não foi possível estar presente. O jeito foi deixar para hoje e não me arrependi.
Combinei pegar carona com o Geber, até então desconhecido para mim, e logo de cara fiz três novas amizades: Geber, Andressa e Farley (os dois últimos caroneiros também). O deslocamento até o ponto de apoio, o Bar do Marcinho, não foi dos mais agitados, pois, ao menos da minha parte, o sono ainda não havia sido vencido. Chegamos em Macacos com tempo suficiente para o bate-papo pré-treino e foi bom reencontrar várias pessoas que conheci recentemente e passar muito tempo conversando fiado. Não tenho nem ideia de quanto tempo levou para o treino efetivamente começar, mas posso afirmar que isso não representou problema algum. Pelo contrário.
Quando o treino começou, eu estava tão envolvido em uma conversa que demorei a perceber que a maior parte do grupo já tinha saído. Com isso, acabei sendo um dos últimos do imenso pelotão e como a trilha já começava em um single track, precisei caminhar aproximadamente uns 2km até conseguir começar a ultrapassar o fundão e iniciar a correr efetivamente. E tão logo comecei, o treino começou a ficar divertido. O percurso apresentava dificuldades técnicas quase o tempo todo! Single tracks, subidas e descidas íngremes, troncos, galhos, pedras soltas, rio, valas de trilhas de moto e tudo que você puder imaginar. Definitivamente não era um percurso favorável à corrida, mas ainda assim foi muito divertido e muito produtivo enfrentar esses obstáculos e ganhar um pouco mais de experiência nesse novo esporte que é a corrida de montanha.
O fato de ontem ter vencido uma maratona dentro de BH me deixou bastante tranquilo quanto a fazer um treino mais relaxado hoje e isso foi essencial para eu não me frustrar com o fato de não conseguir correr continuamente durante muito tempo. Em qualquer outra circunstância eu ficaria decepcionado, talvez até estressado, por ter que caminhar tanto. Foi ótimo também para curtir o visual do lugar e tirar belas e merecidas fotos.
Dada a dificuldade do trajeto, estabeleci como meta subir correndo o máximo possível e venci vários morros onde a maioria precisou caminhar. Fiquei bastante satisfeito com isso, mas ainda assim tive de caminhar em alguns deles, principalmente no final do treino, quando enxergava os obstáculos, o cérebro processava a necessidade de um movimento mais amplo, mas o corpo simplesmente não respondia e eu acabava tropeçando. Depois de um terceiro tropeço onde quase dei de cara no chão, desisti de insistir em correr nas subidas em mata fechada.
Conheci novos aventureiros ao longo do caminho e com alguns deles troquei ideia enquanto encarávamos os obstáculos. A dificuldade estava lá para todos, mas posso dizer que me saí muito bem, quase sempre deixando para trás os novos amigos de trilha. Como fiz o favor de esquecer o Garmin em casa, não tive marcação apurada de distância, altimetria e tempo, então precisei confiar no registro de um amigo que marcou 14km de trilha. Pelo nível de dificuldade, diria que esses 14 pareceram no mínimo uns 20km! Quanto ao tempo que levei, não tenho a menor noção… mas também não me importei com isso.
Terminada a via sacra pelo meio do mato, a resenha rolou solta até o fim do dia. Apesar do cansaço, tentei me enturmar o máximo possível e passei a tarde toda papeando e rindo da galera que além de resenhar se divertia com uma boa cerveja gelada. Cheguei em casa já à noite e com corpo e alma renovados para encarar a próxima semana!
Corre Borém! 